Mais de 600 animais morreram em todo o país após consumirem o produto
Sul Fluminense – O caso das mortes de cavalos registradas em diversas regiões do Brasil, inclusive no Sul Fluminense, suspeitas de estarem relacionadas à ração consumida pelos animais, teve mais um desdobramento. No último domingo (13), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) divulgou o resultado de um teste realizado pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA), no qual foi identificada a presença de alcaloides pirrolizidínicos (substâncias tóxicas, como a monocrotalina, incompatíveis com a segurança alimentar animal).
“Esse é um caso único. Nunca, em toda a história do Ministério, havíamos identificado a presença dessa substância em ração para equinos. É a primeira vez que isso acontece”, afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
A Secretaria tem conduzido as investigações desde o recebimento da denúncia, em 26 de maio. Em todas as propriedades analisadas, os equinos que adoeceram ou morreram consumiram produtos da mesma empresa. Já os animais que não ingeriram as rações permaneceram saudáveis, mesmo quando alojados nos mesmos ambientes.
“Essa substância, mesmo em doses muito pequenas, pode causar problemas neurológicos e hepáticos graves. A legislação é clara: ela não pode estar presente em nenhuma hipótese”, reforçou o secretário.
A investigação aponta que a contaminação ocorreu por falha no controle da matéria-prima, que continha resíduos de plantas do gênero crotalaria, responsáveis pela presença da monocrotalina.
Diante das irregularidades constatadas, o MAPA instaurou processo administrativo fiscalizatório, lavrou auto de infração e determinou a suspensão cautelar da fabricação e comercialização de rações destinadas, inicialmente, a equídeos. Posteriormente, a medida foi estendida às rações de todas as espécies animais.
Mesmo com a interdição determinada pelo Ministério, a empresa obteve, na Justiça, autorização para retomar parte da produção não destinada a equídeos. O MAPA já recorreu da decisão, apresentando novas evidências técnicas que reforçam o risco sanitário representado pelos produtos e a necessidade de manter as medidas preventivas adotadas.
Mais de 20 cavalos morreram no Sul Fluminense em junho, com suspeita de intoxicação por ração da marca Forrage Horse, da Nutratta. Em Volta Redonda, a maioria dos animais de um clube hípico morreu. Criadores denunciaram a falta de apoio da empresa e cobram providências das autoridades. O Ministério da Agricultura iniciou uma investigação no início de julho.
Fonte e foto: diariodovale
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