Fábrica clandestina ficava em Saquarema (RJ)
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) deflagrou entre esta quarta-feira (6/3) e sexta-feira (8/3) a Operação Getsêmani, contra um esquema ilícito envolvendo a importação, adulteração, embalagem, rotulagem e comercialização clandestina de azeite de oliva fraudado.
A ação, que faz parte da 58ª Operação Ronda Agro do Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteira), ocorreu nos municípios de Saquarema (RJ), São Paulo (SP), Recife (PE) e Natal (RN), com a participação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PC RJ) e da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM SP).
Ao todo, foram apreendidos 104.363 litros de produtos, além de rótulos, garrafas e tampas, resultando em um prejuízo estimado de aproximadamente R$ 8,1 milhões aos infratores. Além disso, foram realizadas duas prisões em flagrante e os responsáveis poderão responder pela prática dos crimes contra as relações de consumo e contra a saúde pública, em decorrência da falsificação e adulteração de produtos destinados à alimentação humana.
Durante a operação, a fiscalização do Mapa identificou que empresas importavam azeite de oliva de forma regular, adulteravam e multiplicavam o produto com a adição ilegal de óleo de soja em uma fábrica clandestina com condições de higiene precárias, para posterior distribuição em estabelecimentos varejistas do Rio de Janeiro e de outros estados.
No galpão onde funcionava a fábrica clandestina em Saquarema (RJ), foram encontrados 60,6 mil litros de azeite extravirgem e 37,5 mil litros de óleo de soja, que poderiam ser utilizados na produção de 196 mil garrafas de produto fraudado para venda como azeite de oliva, por meio de distribuidoras e supermercados de todo o Brasil.
Diversos rótulos de azeites de diferentes marcas também foram encontrados no galpão fiscalizado, além de garrafas, tampas e equipamentos industriais utilizados para realização da fraude.
Já em São Paulo, no depósito contratado pelos infratores foram apreendidas 33.612 unidades de 500 ml de azeite suspeito; em Recife, 8.853 garrafas de 500 ml do mesmo produto em um estabelecimento varejista e no seu depósito; e em Natal, 102 garrafas destes azeites em um estabelecimento varejista.
Também foram realizadas coletas de amostras que serão analisadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) para avaliação do uso de substâncias proibidas, não autorizadas, nocivas à saúde humana e da adulteração fraudulenta dos produtos.
Getsêmani
O nome da operação, que significa “prensa de azeite”, é uma alusão ao jardim situado no Monte das Oliveiras,em Jerusalém, onde Jesus Cristo foi orar após celebrar a Páscoa com seus discípulos,na noite em que foi traído por Judas.
A operação foi realizada na proximidade da Semana Santa com o objetivo de impedir que grandes quantidades desses produtos irregulares sejam destinados ao consumo e coloquem em risco a saúde da população.