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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Festival de Esquetes de Fortaleza apresenta 20 espetáculos gratuitos com novos talentos cearenses

Festival de Esquetes de Fortaleza apresenta 20 espetáculos gratuitos com novos talentos cearenses

 













Programação acontece até dia 25 de fevereiro no Teatro da Praia; diretor Rogério Mesquita e dramaturgo B de Paiva são homenageados no evento


Legenda: Objetivo do festival é fomentar a produção teatral da Capital e de todo o Estado, valorizando artistas e incentivando a diversidade de linguagens cênicas; na foto, a esquete "Paola Crossbox, a atleta das emoções"


Teatro de graça feito por algumas das mentes mais inventivas da cidade. A programação do 22° Festival de Esquetes de Fortaleza (Fesfort) segue nesse rastro e pretende chegar mais longe. O evento acontece até 25 de fevereiro no novo endereço do Teatro da Praia, na Avenida Monsenhor Tabosa, com desejo de movimentar a cena artística cearense.


Serão apresentadas 20 esquetes teatrais cuja ênfase é destacar novos talentos. O objetivo é claro: fomentar a produção teatral da Capital e de todo o Estado, valorizando artistas e incentivando a diversidade de linguagens cênicas. Além disso, dois grandes nomes serão homenageados: o diretor Rogério Mesquita e o dramaturgo B de Paiva.


Idealizador do Fesfort, Carri Costa traça um panorama da ação. Segundo ele, o projeto inicia no fim dos anos 1990 num momento em que artistas desejosos de apostar em uma experiência diferente de teatro – com mais ousadia e liberdade de criação – não encontravam espaço para fruir a criatividade.


“O que tinha eram grandes teatros e espetáculos convencionais. Apenas esporadicamente aparecia um grande espetáculo que ia para o teatro com, digamos, uma cara nova, uma ousadia teatral. O festival chega para dar gás a isso tudo”, explica. A premiação do evento, inclusive, reconhece isso.


Esquetes reverenciadas pelo júri recebem o troféu Gasparina Germano – homenagem à atriz cearense ícone das décadas de 1930 e 1940. “Tínhamos o propósito de que o festival seria espaço para fruição dessa inventividade, daquilo que os artistas pensavam naquele momento, e assim ele prosseguiu. Dessa forma, vimos e vemos surgir artistas geniais”.


Quem ganha o palco

O formato do evento é o mesmo desde 1997, quando estreou. As inscrições são abertas e selecionam-se 20 esquetes. A programação é montada, então, a partir de um sorteio durante reunião com representantes. O resultado são quatro apresentações por noite e, ao término, a premiação. Em comum entre os números que chegam ao palco, a promessa de qualidade.


De acordo com Carri, a comissão não pede vídeos no ato da inscrição, apenas texto, proposta cênica e release. Isso dribla favoritismos relacionados a equipes e preza pela concepção do que, de fato, ganhará o tablado.

O festival também concede a Comenda Theatro Concordia, que reconhece o trabalho de grupos, instituições, produtores e personalidades culturais do Estado. Nesta edição, os agraciados serão o grupo Pavilhão da Magnólia, o Teatro Chico Anísio, o produtor Ronaldo Agostinho e a atriz Marta Aurélia.


Fazer teatro no Ceará

Indagado sobre o que já existe e o que ainda falta para que o panorama das Artes Cênicas do Ceará se fortaleça, Carri é enfático: “Quando falamos de iniciativas no Estado, precisamos falar de políticas públicas. O Fesfort foi agraciado com a Lei Paulo Gustavo. Ainda não recebemos esse recurso, mas assinamos o contrato, então podemos realizar o objeto do projeto. A gente se endivida, recebe o recurso depois e paga todo mundo. Isso é legal? Não, claro que não é”, divide.


Para ele, o ideal é que o poder público siga o cronograma de pagamento proposto desde o início. Assim, Carri igualmente reflete a respeito da importância de valorizar a base, a raiz do teatro cearense. Gente aguerrida que, distante das programações de shopping, tentam fruir da forma mais autêntica possível e necessita de apoio para isso.


O Teatro da Praia é exemplo disso. Fundado pelo artista em 1993, é um dos espaços culturais mais tradicionais e queridos de Fortaleza. Ao longo de 30 anos de existência, abrigou diversas peças teatrais, shows, exposições, oficinas e eventos, além de ser a sede da Cia. Cearense de Molecagem, grupo de comédia popular e irreverente.


Em 2021, o equipamento enfrentou série de dificuldades que ameaçaram a continuidade. O imóvel onde funcionava, na rua José Avelino, na Praia de Iracema, foi colocado à venda pelos proprietários e, em maio do mesmo ano, parte do telhado desabou, danificando a estrutura física e os equipamentos do espaço. Mesmo assim, Carri não desistiu do projeto e conseguiu alugar um novo imóvel na avenida Monsenhor Tabosa, também na Praia de Iracema. 


Com apoio da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult), que liberou recursos para a reforma do local, o Teatro reabriu em janeiro deste ano, com a temporada da comédia “Tita & Nic”.


“O Teatro da Praia é um teatro público descaradamente gerido por artistas. Ele precisa de apoio, como toda cultura e arte. Se queremos a raiz sendo mostrada para a população, temos que investir e apostar nessa galera, nesse povo que pensa a base, a cearensidade. O que está indo aos shoppings é só mercado. Precisamos dessa noção porque, senão, complica tudo”.



Serviço

22° FESFORT - Festival de Esquetes de Fortaleza 2024

Até 25 de fevereiro, de quarta a domingo, às 19h, no Teatro da Praia (Avenida Monsenhor Tabosa, 177 - Praia de Iracema). Entrada franca

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